Exatamente há 40 anos atrás, perdíamos um dos maiores expoentes da literatura mundial: Pablo Neruda. O poeta chileno que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1971, flertava com o amor e as palavras, transformando a união do abstrato com o concretismo de sua máquina de escrever, em obras memoráveis como os seus: Vinte poemas de amor.
Em sua homenagem, publico hoje uma pequena ode (sim! poderia até ser musicada!!), um singelo poema que faz menção à nós escritores e poetas que arrematamos a costura cotidiana, com a obliquidade da caneta-agulha. As palavras? Ah, essas são só detalhes pictográficos, que encontramos caídos na leitura do dia a dia. (Chega Mau, pelo amor de Deus!)
Apreciem e sorvam como um bom vinho! Abraços poéticos!
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Sociedade dos poetas vivos!
Tu como cronista, és tão sinestésico
Sentes o cheiro da palavra
Abraças os versos deitando-lhes reverência
Debruça-te no varal da prosa
Misterioso, mas com coerência
Há ser capaz de impugnar teus escritos?
Que tonsure a própria alma!
Antes de cometer tamanho adultério
Pois assim que cair a foice
Jubilosos, ceiaremos no Eleutério
Ambos temos alma pugnaz
O mesmo instrumento de peleja
Pena, tinta e muito papel
São como o arco, a flecha e o escudo
Celibatários do pijama e do quarto
Mas nunca calados, inexequível mudos
Nossa toada é impressa em papiro
Carregam os olhos, nas curvas da mensagem
Intima o “eu” a alimentar o vazio
Com moléculas de pura sapiência
Para não deixar o terreno baldio
Assim advogam em favor dessa linguagem.
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