Mais um blog de poemas?

A poesia como arte, objetiva o quebrar das correntes dos formalismos técnicos e acadêmicos que nossas profissões nos impõem, tornando a leitura poética, uma viagem ao éden do pensamento humano e dos prazeres para saciar a fome literária.

Termos de Uso

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Arte é Poesia...

Olá meus queridos leitores!!

Arte

Essa manifestação estética e comunicativa da percepção humana, que nós chamamos de arte, ganhou através do tempo, uma abrangência tão universal, que fica difícil nos tempos atuais, classificar o que é arte, do que não é!
Desde um simples borrão de tinta, arremessado a esmo num quadro, à uma estrutura de metal retorcido em direções difusas, até uma intervenção artística dramática encenada em plena luz do dia, no centro de uma grande metrópole, o fato é que tudo tem seu valor artístico, quando ativa de forma cognitiva, sejam elas de ordem sociais, políticas, ambientais, religiosas, morais ou lúdicas, as reações do intelecto humano.
A arte funciona como o palco das reflexões, dos anseios, das frustrações, das aspirações humanas, que se colide com a organização social e política do mundo. Fazem o individuo refletir sobre sua condição de entidade pensante, e possivelmente como o condutor atemporal, da vida na Terra.
O fato de estarmos falando de arte aqui hoje, é que ela tem um profundo impacto criativo na obra desse seu narrador.
No processo criativo dos poemas, várias imagens, figuras e fotos, acabaram me inspirando seja pela mensagem subliminar que carregavam, ou mesmo pela concretude de sua real objetividade, pois sempre uma palavra-chave, surgia em minha cabeça, dando sequência a uma série de outras, que agrupamos para compormos um poema.
Essa composição, não é um trabalho fácil; requer sintonia, requer uma fonética, uma articulação sonora, que mesmo o mais rebuscado texto, talvez não consiga alcançar, até mesmo por falta de uma simetria, ou assimetria por assim dizer, que a falta de um treinamento da oratória, insiste em manter no ostracismo belos poemas, que a declamação errônea e imprecisa esconde da estética.

Bem, vamos aos poemas, afinal esse é o objetivo desse blog!

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Em combustão

Eu, uma unidade
Você, nova unidade
Inventaram a matemática
Para que a soma das unidades
Se unam na fase prática.

Vim fazer a manutenção
Do botão de volume
Do peito do mundo
Tirar do mudo
Suprimir silêncio infecundo.

Andar pela estação
Cheirar o tempo volátil
Retroceder minhas idades
Como uma locomotiva
E um foguista de mão hábil.

Na máquina da vida
Falta desejo, luxúria
Como um lubrificante
Um combustível, comburente
Que toca em frente, sem lamúria.

Eu sei o que tem
No fundo do abismo
Desejaria lá chegar
Para pegar as pérolas
Mas que não fosse caindo.

Um cheiro
De rosas de vidro
De barris de malte
Recendidos pela estática
Pois sem seu odor
Sou apenas John Galt.



Amor em rota de colisão

Imagino a praia
E os feixes de junco
A imaginação do poeta
Quando triste está
É uma tapera
Manuscrito se manifesta

Imagino a areia
E a umidade vitalícia
Que percorre a orla
E os meus sentimentos
Se tornam pesarosos
Se tua boca vai de morna à fria

Há chuva por toda a parte
Dentro das mães grávidas
Nos rotos documentos da ditadura
Pelas faces cínicas da medicina
Nas senhoras do tempo atávicas

Há lixo por toda a parte
Ao redor dos poetas monossilábicos
Enfeitando crônica descritiva
Servindo de argumento
Para uma prosa incisiva

Imagino a dor
Signos realinhados
Que em ordem crescente
Viram agulhas em verbo
Compondo dissonâncias
Harmonias em eviterno

Esse amor
Não tem plano “B”
Isso é apenas fuga
Da qual não quero escapar
Almejo apenas um cárcere
Da tua vida, que em mim madruga.




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