Mais um blog de poemas?

A poesia como arte, objetiva o quebrar das correntes dos formalismos técnicos e acadêmicos que nossas profissões nos impõem, tornando a leitura poética, uma viagem ao éden do pensamento humano e dos prazeres para saciar a fome literária.

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mercado Literário e mais pílulas!!!

Olá meus queridos!!

A dificuldade de ser escritor no Brasil, está enraizada em vários aspectos da nossa cultura, sejam elas de ordem histórica, social, política, administrativa e comportamental.
Das várias explicações que podemos citar, que corroboram a tese que um autor no Brasil, para poder ser “lido”, tem que ser comercial, é a que eu chamei de xeno-cleptomania. Ou seja nos apropriamos de tecnologias, ideias, termos, palavras, e de muitos outros estrangeirismos que contaminam nosso mercado literário, e tentamos imprimir isso no nosso quadro cultural, fenômeno esse encarado pelos intelectuais como modismo.
Não que seja errado gostar do que vem de fora, mas a massificação de publicações estrangeiras vem atingindo quase um ápice de idolatria aos autores de outras regiões do mundo.
Com esse efeito, surgiu um novo fenômeno entre os leitores mais jovens; que é ao de recorrer aos épicos literários de nossa Brasília Terra, onde reavivamos as memórias de Mário de Andrade, Machado de Assis, e por aí vai.
Apesar de esse efeito ter seu ponto positivo, ele exonera os autores novos, e impede uma visão crítica sobre as novas obras, cujas formações literárias, acorrentam-se aos rebuscamentos dessas grandes publicações, tornando o processo de qualificação crítico, dependente de um arcadismo temporal que já não volta mais.
Outro ponto importante à ser citado nessa vertente é o: tempo. Sim, este ser invisível, mas controlador de nossas vidas, já virou moeda de troca. Em nossas atribuladas vidas, ter o controle sobre esta “entidade”, é quase uma utopia. Uma vez que para administrar o tempo, é necessário ter : tempo!
Devotados a controlar sua capacidade de tirar o nosso lazer, uma das coisas que deixamos de fazer, porque “ele”, não nos permite, é ler.
Com uma janela temporal cada vez menor, o hábito da leitura, começa a ser condicionado pela capacidade de compreensão de pequenos textos, que não contém a qualidade redacional necessária para o entendimento, uma vez que a clareza, a concisão e a objetividade da mensagem ficam presas aos neologismos e gerundismos, dessa nova forma de comunicação.
Não podemos deixar de citar também, o impacto nos nossos hábitos de leitura, que as mídias sociais imprimem, pois condicionados a uma janela de tempo cada vez menor, os textos e artigos rápidos, impulsionados por ferramentas como o Tweeter por exemplo, trouxeram e agregaram novos hábitos e preferências ao setor de comunicação em massa.
É nessa tentativa de adaptação de uma leitura mais dinâmica, que a comunicação fica com enormes disparidades de compreensão, pois abre uma infinidade de interpretações subjetivas, entre emissário-receptor.
Para se ter uma ideia da dimensão que essa atmosfera gerou, não é difícil encontrar na web, vários profissionais, ministrando cursos e mais cursos, sobre a dinâmica da comunicação em massa, cujo objetivo é proporcionar ao aluno uma comunicação rápida e concisa cuja mensagem seja clara e objetiva e sua assimilação bem digerida pelos receptores.
Outras barreiras encontradas no mercado literário são as dificuldades burocráticas para a difusão de novas obras, uma vez que o grande público, sempre recorre a autores já consagrados, para aumentar suas coleções.
Sabemos muito bem que as editoras sobrevivem de vendas, e se a obra fica estagnada por um determinado tempo, logo é retirada do catálogo, paralisando assim suas vendas, e por consequência sua difusão.
A publicação, que antes era uma via-crúcis, hoje virou uma questão de microfinanciamento, pois editoras com menos expressão, oferecem aos novos autores, todo o trabalho de edição, revisão, editoração, diagramação, impressão, acabamento, arte-final, para seus projetos, com a escolha de quantos exemplares deverão ser confeccionados e qual a forma de distribuição.
E é nesse universo licencioso, que talvez a dinâmica, gere a falta de qualificação por parte dos novos autores, pois a facilidade de publicação, pode contribuir para uma visão menos crítica dos próprios manuscritos, que deveriam passar antes por uma revisão criteriosa, para que o autor corrija suas falhas redacionais e aumente sua capacidade de compreensão.
Mas será que conseguimos compactar informação, de modo a gerar uma mensagem com qualidade suficientemente compreensível?
Três motivos para cultuarmos o hábito da leitura:

Riqueza léxica: Quanto maior o volume de livros ou artigos ou até mesmo textos que lemos, maior será a bagagem de palavras novas que agregaremos ao nosso compêndio, tornando assim mais ricos os nossos textos.

Etimologia: Quando nos deparamos com palavras novas, nada mais natural do que recorrer à um bom dicionário, assim além de conhecer o significado das palavras, conhecemos também sua origem e as mudanças que a palavra sofreu, durante as transformações sociopolíticas do mundo.

Semântica: As palavras mantêm relações entre si, tanto historicamente, como em sua evolução em determinada cultura, assim quando conhecemos sua raiz, sabemos qual a aplicação correta que podemos fazer, e sua empregabilidade nos textos.
Concluindo:
O fato é que: Para gerar conteúdo, temos que ter conteúdo. Essa máxima ainda perdura nos tempos atuais, criando esse paradoxo que na atribulada corrida diária, nos abstém da leitura prazerosa, canalizando nossa cognição para leitura informativa. Fato esse que infelizmente não podemos mudar.
Abraços à todos!
E não durmam sem antes tomar as pílulas poéticas!!!















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