Mais um blog de poemas?

A poesia como arte, objetiva o quebrar das correntes dos formalismos técnicos e acadêmicos que nossas profissões nos impõem, tornando a leitura poética, uma viagem ao éden do pensamento humano e dos prazeres para saciar a fome literária.

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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Manifestação!

Boa Tarde Leitores!!

Manifestação!

O ano passado quando essa palavra era proferida, um redemoinho de sentimentos se aflorava, em quem a escutasse.
Causadora de distúrbios para uns, mantenedora da cidadania para outros, a arregimentação dos neurônios, para traduzir e fazer a transliteração desse verbete, causava um estribilho na alma dos seres pensantes que se propusessem a divagar sobre essa palavra-metáfora.
Na verdade, quantos poetas não estavam naqueles dias acinzentados de junho de 2013? Entoando cânticos falados! nadando na prosa verborrágica da milicia enfardada, cheirando o perfume envinagrado da violência emborrachada?
A nossa própria cultura subserviente, causou a manifestação da alma, do pudor econômico, de ver um país que até 2011, tinha a 5ª economia mundial, tendo seus serviços de transporte, saúde e educação, sendo relegados à segundo plano, enquanto os senhores da Guerra, jogavam xadrez com Mrs. Blatter.
Agora a manifestação é por espaço, por envergar a pele negra, marrom, ou qualquer que seja a cor (os rolêzinhos), a manifestação é pela cultura que o estado não pode financiar, é pela redemocratização e pelo direito de propriedade de posse, de espaços que já eram nossos (Parque Augusta), assim como a manifestação, é pelo direito de existir, fora dos padrões que o resto da sociedade nos quer.
O único problema amigos, é que o resto da sociedade, somos nós mesmos, tentando reinventar uma nova espécie a cada ferida na alma, a cada distúrbio neurológico criado nas mídias.
Enquanto isso também vou me manifestando, enquanto for gratuito, e enquanto não causar polêmica, pois a divisão de vozes nesse país, está tomando os rumos que o governo quer: a separação.

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Guerra!

Homem voltando da guerra
Suor, faz maré em sua fronte
Rancor em sua alma impera
Jocoso, em choro irrompe.

Em pranto, liberta o fantasma
Sugando o néctar da memória
Juntando os cacos do espírito
No ébrio e etéreo plasma.

Nos campos não há mais flores
Silêncio em acorde sepulcral
Tonalidade venosa em seus dissabores
Lacrados em vaso angelical.




O Manifesto

Não consigo ver a chuva
Debaixo dessa fumaça torpe
Calcinada por boatos maledicentes
As vozes multiplicam sua resignação.

Tanta violência não explicada
Tantas mãos levantadas num único brado
Pedindo uma democracia
Que há tempos nos abandonou.

O mar de corpos verde-amarelo
Vem tomar as ruas de Pindorama
Reclamar o trigo e o sapato
Ofertar ao filho um futuro digno.



Achados e perdidos

Entre a solidão e a multidão
Existe o cinza do olhar repentino
Existe o drama da mão perdida
Existe o choro ressentido do anão.

Dos entalhes escavados na face rubra
Desce a lágrima de outrora não chorada
Borra a maquiagem que nunca fora usada
Lança o tapa, de desforra desgarrada.

A palavra que se perdeu
Fez uma danada falta no fim de tarde
Para te explicar o que me ocorreu
Quando ofendi seu amor covarde.

Da Lusitânia veio a resposta
Uma humilde prosa de Camões
Que sem se ver, o amor nas costas arde
Das tapiocas até os poemas de Bulhões.






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Manifestação de Mauricio Legionario Soares está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em www.legiaodepalavras.blogspot.com.br.





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