Mais um blog de poemas?

A poesia como arte, objetiva o quebrar das correntes dos formalismos técnicos e acadêmicos que nossas profissões nos impõem, tornando a leitura poética, uma viagem ao éden do pensamento humano e dos prazeres para saciar a fome literária.

Termos de Uso

segunda-feira, 17 de março de 2014

Retorno do Mau!

Boa tarde leitores!

Ressaca!!
Sim, mas a minha foi mais digamos:  publicitária, pois já algum tempo não publicava algo no blog.
Farei como toda a sociedade: colocarei a culpa no controlador do tráfego orgânico, também conhecido como tempo. Atarefado com a leitura de inúmeros livros, abstive-me de galardoar vocês com meus poemas (presunçoso esse menino!!!), mas retornei da armada, trazendo no arcabouço, muitos poemas novos.
Estive traçando um paralelo ultimamente, fazendo analogia com minha profissão de Técnico em Segurança do Trabalho, e os poemas que entalho em meu caderno, e descobri uma relação de ambiguidade: ambas tem caráter prevencionista.
Enquanto a primeira resguarda a integridade física dos trabalhadores e promove sua saúde ocupacional no ambiente de trabalho, a segunda ocupa-se de manter o intelecto salubre, através da leitura prazerosa que pontilhadas nas minhas linhas, facilita o acesso mais rápido aos Campos Elíseos da literatura. Agora por favor todos em uníssono: Óooooh!!!
Bom pessoal, deixando de lado as abstrações humorísticas e entrando no campo da literatura, publico agora para vocês, alguns poemas recentes, outros nem tanto, e algumas pílulas poéticas de fácil absorção.

Boa leitura à todos!!

Receituário da vida

1º Movimento

Faça um bolo
Com incipiente receita
O amor como ingrediente
É misturado com gosto
Sempre com a mão direita

Fica mais fácil
Quando as mãos que o fazem
Sujas de afeição
Fazem da fissão dos itens
Sabor e aroma dessa fusão

O atrito da colher
Tem a cadência dos amantes
Viscoso caldo transforma
Em concreto aromatizante
A doce sopa que nos molda.

2º Movimento

Sentimento turmalino
Calçado em pedra ametista
É uma pena...
Aqui a selva se desdobra
Em concreto, aço e vidro fascista.

Vivendo e transitando
Nessa cinza escuridão
O coração empedra, calcina
Mesmo que a visão minta
Nada engana a imaginação.

Eu quero jogar
Confetes no breu espaço
Guache no negro cosmo
Pigmentos na amurada de aço
Deitar o mundo em meu colo
Cozinhar as folhas de almaço.




Colagens

Vivo assim
Prateado e pranteando
É uma tentativa
De ascender meus poemas
Ao ouro que fica se bronzeando

E permaneço
Com um olhar platinado
Fraco, desmedido
Achando ação e movimento
Na desenvoltura da sua libido.

Uma coleção de figuras
Geométricas, matemáticas
Foi preciso na engenharia
Do seu corpo, natureza enfática
Um exército de Pitágoras
Para formular sua fantasia.

Quantas oitavas há?
No seu corpo violáceo
Me deixes dedilhar
Consigo uma semifusa fácil
Faço ele entoar
Canção do amor volátil.



Versejando

Que as palavras sejam
Como os cachos de teus cabelos
Onde a escova desliza faceira
Sinuosa como os poemas de Coelho.

Que meu guarda-chuva
Se perca na tempestade
Quando o conhecimento me afogar
No livro da insanidade.

Que as equações do meu clima
Resultem em positiva primavera
E que a portadora do inverno
Pereça em solene Quimera.

Porque meu perene candiero
Só irá findar sua réstia de luz
Quando todas as rimas
Convergirem num ponto em cruz.





Pílulas poéticas










Licença Creative Commons
O trabalho Retorno do Mau! de Mauricio Legionario Soares está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em www.legiaodepalavras.blogspot.com.br.